Easy Rider
Procurar duas pontas de caminhos tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo; discutir ideologia a partir da contra-ideologia, ou o que é pior, discutir ideologia onde ela mora enfaticamente: na cultura americana ou o seu american live. Easy Rider é um filme de motoqueiros para motoqueiros; uma das pontas desta belíssima película é desvendar este mundo no que ele tem de fantástico: o visual, a ausência de destino e principalmente, captar o espírito da viagem em si, da saída de casa e sua simbologia (o relógio caído) do atravessar o deserto escaldante e perpassar uma américa dividida entre o o rural e o progresso urbano.
A sedução de uma highway, no meio de um imenso deserto de sois e planaltos que se avolumam densamente, como psicodélicas imagens retratadas a pincel e esponja; o delírio de andar, sempre e sempre em caminhos, desvios e desvãos que misturam a realidade com o movimento. Montados em suas motos, ambas de estilos diferentes: chopper com guidão alto, bem tradicional e esportiva no sentido harley; e outra guidão t-bar, quase uma dragster dos anos 70, quicando no asfalto bruto enfileirado na areia e visões amarelas da estrada.
Uma lenda se constrói a partir de sensações e devaneios, onde a presença milagrosa da imagem, do vento, do barulho do motor aberto de dois cilindros em V podem proporcionar; esta lenda passa a ser mito na medida em que é modelo, símbolo e passa a mediar o desejo incontrolável de imitar, sentir o que se sente quando se pega uma estrada com uma motocicleta. Easy Rider é um mito incontrolável dentro do desejo de viajar e transformar um ato simples e transloucado em um símbolo de liberdade. Entretanto, é justamente aí que a outra ponta da corda é acessada e toma lugar no preâmbulo ideológico. Liberdade para quem? para que? ou mais profundamente: o que é a liberdade? Um sonho de escapar do tempo e da espacialidade comum da rotina, embrenhada em delírios? um rol de sensações soltas e caóticas que se depreendem do asfalto, do barulho hipnótico do motor, das curvas, de sentir o corpo sendo projetado para frente e flutuar sobre duas rodas? Ou a liberdade "freedom" americana? um rótulo invisível e inexequível?
Ter suas escolhas e poder realizá-las em um país que supostamente é livre, mas que é cometido por um surto de preconceito racial, ético e social? Uma liberdade que necessita de drogas para existir e se manifesta apenas em estado de embriaguês? Buscar um sonho de liberdade, mitificado por uma Harley Davidson da Route 66, sem tempo e espaço, sem obrigação nem restrição, adocicados por entorpecentes, desfaz fatalmente aquele conceito de liberdade que supostamente seria criado e exequível; Posso afirma que o filme trata de desilusão; aquela rápida e voraz facada que recebemos da pior das pessoas; nós mesmos; mas não posso sentir-me desiludido pelo filme, tendo em vista que ele é muito mais do que ansiava; é um tratado belíssimo sobre motocicletas e homens, que daria a real medida entre o ser e o querer-ser, que logo desenboca na essência das coisas; nem tudo que queremos e conseguimos é bom.
Meu desejo incontrolável por novas sensações me faz pensar que agora será melhor ainda; agora, uma viagem de moto, ao estilo easy rider, seria muito melhor aproveitada; saiu um mito e entrou uma verdade: amo motociletas e amo viajar com elas em minha mente. Esta obra é uma referência para analisar o desmoronamento da contra-cultura e repensar o conceito de liberdade. Por outro lado, é um "cult" no mundo das motocicletas.
Fonte: http://teoliterias.blogspot.com/2007/05/easy-rider-sem-destino-filme.htmlTrailer do filme Easy Rider
A ENCRUZILHADA
Diversos atores ficam marcados por papeis que mudam sua vida e o levam ao sucesso. Exemplos: Michael J. Fox (trilogia De Volta para o Futuro), Christopher Reeve (Superman) e Ralph Macchio (trilogia Karatê Kid). Que é impossível desvincular personagens tão marcantes e seus atores é fato. Mas, todos eles fizeram bons trabalhos fora seus principais “cartões postais” a sétima arte. Fox fez ótimo trabalho em Pecados de Guerra, ao lado de Sean Penn. Reeve foi espetacular no romântico Em Algum Lugar do Passado e Macchio, talvez o que realmente mereça ficar mais marcado pelo seu grande sucesso, pelo menos fez um grande trabalho fora o lutador de Karatê mais famoso do cinema: A Encruzilhada.
A Encruzilhada conta à história de um cara, que aprendeu a tocar guitarra em uma universidade renomada de música e que acaba caindo na estrada ao lado de um velho gaitista negro, em busca das músicas inéditas do bluesman Robert Johnson. O garoto é interpretado por Macchio e o filme tem uma participação muito especial de Steve Vai, no final, em um monumental duelo de guitarras em que o som que sai da guitarra de Macchio vem, na real, do mestre Ry Cooder. O filme é um belo tributo às raízes do blues, tem direção de Walter Hill - um dos cineastas mais Rock'n'roll da década de 1980 - e toda a trilha tem blues elétrico de Ry Cooder.
Esse é um daqueles filmes de estrada, estilo Easy Rider, aonde personagens vão sendo apresentados em situações e experiências de vida que são soberbas. Mas, como todo grande filme de estrada ele não abre concessões para o final politicamente correto, Thelma & Louise que nos diga. Sua preocupação é nos mostrar que mais importante que o resultado final, temos que saborear também o longo caminho que percorremos.
Não importa se você goste ou não de blues. Se você gostar de música veja e sinta A Encruzilhada. Garanto que a emoção será divina e emocionante como uma boa melodia de blues.
Fonte: http://www.cranik.com/a_encruzilhada.html
Trailer do filme A Encruzilhada
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