sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Palestra: Copa do Mundo e Movimentos Sociais



Palestra: A Copa do Mundo de Futebol e a 
Luta Popular dos Movimentos Sociais

Quando o governo sul africano vendeu a idéia de sediar a Copa do Mundo de 2010 para a população (na sociedade mais desigual do mundo onde 40% da população está desempregada), eles a fizeram vendendo a retórica neoliberal de “desenvolvimento”, “atração de investimento estrangeiro”, “alívio da pobreza” e “edificação da nação”. O dinheiro que submergiria no país, nos disseram, poderia ser usado para preencher as solicitações de moradia e providenciar os serviços básicos mais necessários, tais como eletricidade e água, às comunidades pobres.

No entanto, logo após a oferta ter sido aprovada, o governo – com a ajuda do setor privado – empreendeu um projeto massivo de gentrificação e remoções forçadas que lembrou a era do Apartheid. Os tão chamados indesejáveis foram forçados a sair das cidades sedes (longe das vistas da tropa de turistas que estava sendo aguardada) para morar em assentamentos informais e supostamente temporários. Anos depois, milhares de pessoas continuam vivendo nestes campos “temporários”, sem sinal de realocação ou desenvolvimento de acomodações adequadas para que seres humanos possam viver.   

Ao mesmo tempo, uma massiva renovação urbana e projetos de desenvolvimento infra-estrutural foram encaminhados...dentro e ao redor dos bairros ricos e distritos financeiros, onde turistas iriam se fartar em hotéis luxuosos. Além do mais, o labirinto de regras, restrições e exigências do governo sul africano estabelecido pela FIFA tornou ilegal a possibilidade de qualquer pessoa fora de seu controle poder se beneficiar da Copa. Comerciantes informais foram expulsos dos estádios onde, por muitos anos, com muita dificuldade, ganhavam a vida vendendo comidas e parafernálias futebolísticas; o caminho foi aberto aos comerciantes oficiais da FIFA.    

Naturalmente, esta evidente caricatura de justiça levou ao ressentimento e às erupções de luta e resistência popular. Com medo de ter sua reputação prejudicada aos olhos dos espectadores internacionais, o Estado respondeu – às vezes até mesmo antecipadamente - da única maneira que sabe: desencadeando uma onde de repressão.  

Esta palestra irá enfocar sobre a economia política ao redor de mega espetáculos esportivos tal como a Copa do Mundo, os efeitos de sediar tais eventos nos tão chamados países em desenvolvimento, e o panorama que tais eventos oferecem para construir a resistência popular através da luta. 

Jonathan é membro fundador da Frente Anarquista Comunista Zabalaza (ZACF) na África do Sul, e tem estado ativo dentro do emergente movimento libertário sul africano há uma década.

A 4a Guerra Mundial 

Este filme documentário faz um inventário das milhares de pessoas e movimentos sociais que se manifestam em toda parte do planeta, mostrando uma nova página da história composta pelos atos da resistência ao neoliberalismo. Das linhas de frente nos conflitos sociais no México, Argentina, África do Sul, Palestina e Coréia; “no norte” de Seattle a Gênova; na “guerra ao Terror” em Nova Iorque, no Afeganistão e no Iraque, o filme traz as imagens e as vozes de uma guerra não noticiada: a resistência radical ao capitalismo global, com cenas de manifestações populares inéditas na grande mídia. Com trilha sonora de Manu Chao, Asian Dub Foundation, Múm, Moosaka, Cypher AD e DJ C.

Trailer:

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