domingo, 2 de maio de 2010

Kim Ki-Duk




PRIMAVERA, VERÃO, OUTONO, INVERNO… E PRIMAVERA



Titulo original: (Bom Yeorum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom)
Lançamento: 2003 (Coréia do Sul)
Gênero: Drama
Duração: 103min
Direção: Ki-duk Kim

Trailer:





"Ninguém é indiferente ao poder das quatro estações e de seu ciclo anual de nascimento, crescimento e declínio. Nem mesmo os dois monges que compartilham a solidão, em um lago rodeado por montanhas. Assim como as estações, cada aspecto de suas vidas é introduzido com uma intensidade que conduz ambos a uma grande espiritualidade e à tragédia. Eles também estão impossibilitados de escapar da roda da vida, dos desejos, sofrimentos e paixões que cercam cada um de nós. 
Sobre os olhos atentos do velho monge vemos a experiência da perda da inocência do jovem monge, o despertar para o amor quando uma mulher entra em sua vida, o poder letal do ciúme e da obsessão, o preço do perdão, o esclarecimento das experiências. Assim como as estações vão continuar mudando até o final dos tempos, na indecisão entre o agora e o eterno, a solidão será sempre uma casa para o espírito. A narrativa é cíclica, como o próprio título indica e se quisermos extrair uma "mensagem" poderíamos optar pela ilustração da essência da natureza do ser humano; a sua maldade intrínseca, que resiste à iluminação do saber e da racionalidade. É fácil reduzir o filme a um aforismo ou a uma lição de filosofia, mas o cinema de Kim Kideok — que interpreta ele mesmo a última encarnação do protagonista — nunca se revelou complexo em termos narrativos; é sobretudo uma obra visceral, com uma forte componente visual e estética, delineando uma simbologia clara e bem definida sobre a evolução do Homem enquanto ser moral e a procura da integração harmoniosa com o meio natural."

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/primavera-verao/


A CASA VAZIA



Titulo original: (Bin-jip)
Lançamento: 2004 (Coréia do Sul)
Direção: Kim Ki-Duk
Duração: 95 min
Gênero: Drama

Trailer:



"Um jovem vagabundo invade a casa de estranhos e mora nelas enquanto os donos estão fora.Para pagar a estadia ele realiza pequenos consertos ou faz limpeza na casa. Ele costuma ficar um ou dois dias em cada lugar, trocando de casa constantemente. Até que um dia encontra uma bela mulher em uma mansão, que assim como ele também está tentando escapar da vida que leva. Apenas a gestualidade e a completa mudez. Uma criatura nômade na Coréia do Sul ocidentalizada percorre a cidade a distribuir folhetos de propaganda de casa em casa. Isto não parece muito significativo. O central no roteiro é que invadia algumas casas escolhidas a dedo e que estavam momentaneamente vazias. E aí ficava instalado uns poucos dias, pagando a permanência com o conserto de toda sorte de objetos. 

O espectador pergunta-se quem é esse judeu errante, esse cigano, que parece não ter um lar, mas habita em casas vazias com tal cuidado e delicadeza. Lá um dia, encontra o seu par, não menos silencioso na esposa de um homem que a batia. Ele era uma criatura antipática e violenta, bem ao contrário do seu rival, amoroso e justo, talvez uma dualidade que coteja o oriental subjugado pelo Ocidente. O oriental dividido pelo Ocidente. E, como se a sua busca estivesse para se encerrar, o coreano conquista e é conquistado pela coreana. O marido dela, em sua irascibilidade, parecia um conflito sufocado e insolúvel, os tacos de golf o simulacro da espada do samurai E o seu ciúme encontrava no outro o que parecia negar em si mesmo. 

Ao prosseguir o filme até a simples corporalidade se apaga e nos adentramos no simbólico, no especular, no estruturalmente telepático pela linguagem do movimento e do desejo, a encaminhar os passos dos amantes distantes pelas casas vazias. É um "pathos" que seduz ou ameaça, revolta ou fascina. Induz à redução psicológica na triangulação edipiana, presente também. Interrogamo-nos sobre as razões sociais da divisão macrocósmica, mais histérica do que esquizofrênica, uma indução vertical além da revelação de Kim Ki-Duk. Não é algo óbvio, nem parcial."

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/casa-vazia/


O ARCO



Direção: Kim Ki-duk
Ano: 2005
País: Japão, Coréia do Sul
Gênero: Drama, Romance
Duração: 88 min.
Título Original: Hwal

Trailer:



"O Arco" é seu segundo filme consecutivo em que a heroína permanece em silêncio. Boa parte da história é comunicada pelos olhares, os gestos e a linguagem corporal dos três atores principais. A história se passa em um único cenário: o mar aberto e um barco pesqueiro decrépito. 

O acessório principal usado na narrativa é um arco. O arco é em primeiro lugar uma arma temível. Um velho irascível (Jeon Sung-hwan) é dono do barco, que aluga por dia a pescadores diversos. Ele usa o arco para manter à distância os homens lascivos que gostariam de tocar a dócil garota de 16 anos (Han Yeo-reum) que vive no barco com ele há dez anos. 

O velho pretende "casar-se" com a menina quando ela completar 17 anos. Mas o arco também é usado por ele num processo divinatório xamânico. Para prever o futuro de seus clientes, o velho amarra um pano no pulso da garota e a coloca num balanço em movimento. Ele usa o arco para disparar flechas que passam ao lado da menina, faltando pouco para acertá-la, e atingem uma gasta pintura de Buda no ponto determinado pelo destino do cliente. E o arco acaba também por transformar-se em instrumento musical. 

O uso dos belíssimos instrumentais de violino de Gang Eun-il para essas sequências infunde ao filme um clima espiritual doce e melódico. Os problemas do velho começam quando a garota se sente atraída pelo jovem filho (Seo Ji-seok) de um cliente. Enquanto outros homens a trataram com rudeza, o jovem é gentil e doce. Quando ele parte, dá a ela de presente seu aparelho de CD. Irado, o velho o joga fora. De repente a garota começa a enxergar seu companheiro sob nova ótica: em lugar de ser seu protetor, ela o vê como carcereiro. 

Ao tomar consciência do egoísmo dele, ela se distancia e se fecha. Ele, por sua vez, começa a arrancar páginas de seu calendário para adiantar a data do "casamento" deles. Essa mudança na relação entre o velho e a menina, e o retorno do rapaz para levar a menina de volta ao mundo, encaminham o filme para os momentos de ação que formam o clímax.

A história é alegórica, e o elenco tem que representar as emoções humanas mais básicas em quase silêncio. Os atores que representam a jovem e o velho dão conta do recado muito bem. Jeon deixa claro que, apesar de seu egoísmo, o amor do velho pela garota é verdadeiro e forte, uma paixão contida à espera do momento correto para se manifestar. Han transmite a inocência e curiosidade de uma criança criada quase selvagem, com poucas orientações para guiá-la nos relacionamentos humanos. O jovem é mais um artifício do que um personagem real, e por isso mesmo em vários momentos age de maneira ambígua e irracional.

O clímax se estende por mais tempo do que deveria, mas contém uma maneira espantosamente boa de transmitir a perda de inocência da garota. E o clímax final, pois há outros que são falsos, exerce impacto emocional forte. A produção é tão enxuta e minimalista quanto o drama. Fica claro que Kim trabalhou com orçamento restrito. "O Arco" é uma história alegórica que contém insights filosóficos penetrantes.

Fonte: http://cinema.uol.com.br/ultnot/2006/08/10/ult26u22129.jhtm


FÔLEGO



Titulo original: (Soom)
Lançamento: 2007 (Coréia do Sul)
Direção: Kim Ki-Duk
Duração: 84 min
Gênero: Drama

Trailer:




"Yeon (Park Ji-a) vive uma vida confortável, mas vazia. Seu marido (Ha Jung-Woo) a trata com indiferença. Quando ele confessa sua infidelidade, Yeon decide ir até a prisão para encontrar Jin (Chen Chang), um assassino que está esperando a execução. Mesmo sem conhecer o prisioneiro, Yeon trata-o como um velho amigo. De início ele não se abre, mas logo as coisas mudam. Os dois então começam um estranho e apaixonante relacionamento. Mas não resta muito tempo para Jin encontrar seu destino final, e Yeon não se conforma em despedir-se dele dessa forma. 

Sem Fôlego é de um lirismo e criatividade que encantam, mesmo nas passagens em que a história poderia soar incoerente. O encontro da jovem desiludida com o assassino (também ele uma pessoa que abandonou todas as esperanças) e a força do sentimento desesperado que nasce entre esses dois condenados é de uma beleza comovente. O modo como Yeon se empenha em tornar os últimos dias de Jin um resumo de tudo que ela poderia lhe oferecer se a vida os tivesse reunido em condições mais favoráveis é algo que traz a salvação dela também, pois encontrou alguém que aprecia e precisa da sua imaginação que até então estava estagnada. Yeon transforma a penitenciária e os poucos minutos de visitação num universo mágico, a ponto de recriar as estações do ano e suas sensações. 

É um filme cheio de simbolismo e delicadeza, marcado por uma comunicação mais sensorial do que verbal entre os dois personagens centrais. Também o título é bastante apropriado, já que a respiração está sempre em destaque: ofegante, prazerosa, assustada, enfim, como um termômetro do estado espírito de cada um. E o fôlego - ou a falta dele - é assunto para uma das mais belas cenas que ocorrem entre os personagens."

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/sem-folego-2007/

Um comentário:

Alan Raspante disse...

Olha que coisa!
Sou de Araraquara- SP, e não sabia da existência deste projeto, acabo de descobrir !
Tentarei ir em uma das sessões. Belo blog e mais uma vez parabenizo pelo projeto.
Adicionei o blog em minha lista de parceiros do meu blog cinemapublico.blogspot.com
Até mais =)